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Eu não obedeço
porque sou
molhada

Série Vertentes

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Este trabalho é uma extensão de um projeto desenvolvido para o meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na Licenciatura em Artes Visuais, inspirado pelo ensaio de Paul Valéry, "O Homem e a Concha". As conchas têm sido uma presença constante em meu trabalho por muito tempo. Por meio delas, exploro as relações entre o interno e o externo, o íntimo e o público, e suas múltiplas interações. A série "Vertentes" surge do trabalho com porcelana líquida, que ocasionalmente vazava dos moldes de gesso. Esse "erro" foi não apenas incorporado, mas também potencializado, explorando o hibridismo entre o sólido e o líquido. A instalação "Eu não obedeço, porque sou molhada", parte da série vertentes, explora mais profundamente as saídas propostas por Bachelard, criando tentáculos teimosos que buscam agarrar o mundo vorazmente do lado de fora, mas ainda a partir da concha. O uso de suporte de luz e acrílico confere à instalação uma aura de espécimes de laboratório, exigindo observação atenta e destacada, enquanto simultaneamente carregam uma escuridão intrínseca, o lado interno.

"De fato, o ser que sai de sua concha nos sugere devaneios do ser misto. Não é somente o ser "meio carne, meio peixe". É o ser meio morto, meio vivo e, nos grandes excessos, meio pedra, meio homem. [...] Todos esses exemplos nos trazem documentos fenomenológicos para uma fenomenologia do verbo sair. São tanto mais puramente fenomenológicos quanto correspondem a "saídas" inventadas. O animal é apenas um pretexto para multiplicar as imagens do "sair".

(BACHELARD, 1957, p. 269) 

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